Como todos nós, eu nasci ateu.
Já nos meus primeiros dias, decidiram por mim a religião que eu deveria seguir, ou seja, a religião daqueles mais chegados e influentes, meus pais e parentes próximos.
A partir dai, só restava me deixar crescer convivendo com os dogmas desta religião, para que, em tese, nunca me desviasse dela. É assim que surgem os simpatizantes de todas as religiões. O que pesa mais em suas convicções e o fato de crescerem no meio.
O batismo já na infância, adotado pela Igreja Católica, por exemplo, é uma estratégias que servem a este propósito, pois, convenientemente, confere ao indivíduo uma credencial de participante da instituição, sem a necessidade da sua assinatura consciente e expontânea, fazendo com que ele chegue à maturidade acreditando que é de fato membro daquele instituição religiosa, e que ela detém a verdade absoluta.
As igrejas evangélicas usam como método a exigência da assiduidade dos seus membros nas suas reuniões e cultos. Isso faz com que eles mantenham vínculos uns com os outros e se apeguem às coisas da igreja, não tendo tempo parar pensar e de serem influenciados por fatores externos.
Durante o nosso crescimento, muitas pessoas e coisas vão sendo vinculadas a fatos referentes à religião comum. Romper com esta religião não é nada fácil, pois significa, muitas vezes, quebrar estes vínculos.
Todos nós sabemos que um corpo em repouso tende a permanecer em repouso, até que algo o perturbe. Permanecemos na situação cômoda da nossa convicção religiosa até que algo, ou alguém, a ponha em dúvida. Isso pode se dar através de um questionamento advindo de alguém com uma convicção diferente da nossa, ou de um fato que nos faça refletir acerca do que acreditamos.
Quanto a mim, mantive a fé durante muito tempo, mas alguns acontecimentos foram me fazendo, aos poucos, refletir.
O primeiro deles foi a constatação da ineficácia das minhas orações diante dos problemas. Ou seja, percebi que quando me via diante de uma dificuldade, embora orasse fevorosamente, nada acontecia até que eu, com as minhas próprias forças, os resolvesse. Comecei então a questionar: ora, se eu só consigo resolver se eu mesmo tomar a frente, por que orar?
Com as estruturas da fé começando a tremer, começei a repensar em quê eu estava acreditando.
Passei a analizar os pregadores, que são os responsáveis pela disseminação da fé, e percebi que muitos deles se utilizavam de má-fé para tirarem proveito da fé alheia, sem que o deus, no qual eu cria, fizesse nada para os impedir.
Percebi que aqueles que diziam estar ensinando e vivendo de acordo com os ensinamentos do mestre (que é viver em humildade e abrir mão de riquezas) na realidade estavam fazendo exatamente o oposto, adquirindo e esbanjando riquesas. Percebi que as orações comunitárias não surtiam efeito sobre as catástrofes naturais que tiram milhares de vidas.
Cauteloso, passei a ler a Bíblia com mais atenção (como fazemos antes de assinar um contrato), afim de não correr o risco de estar aceitando algo puramente pela emoção. Não demorou muito, comecei a descartar fatos narrados na Bíblia que não tinham a menor probabilidade de terem acontecido, como, a história de Noé e sua arca, a história de Jonas, a travessia do Mar Vermelho, os homens de Daniel na fornalha, a parada do Sol e da Lua no vale de Ajalom, além de outros.
Livre das amarras da religião, voltei à minha condição inata condição de ateu.
Eae filho?
ResponderExcluirQueria te dezejar boa sorte (mesmo que não tenha nenhum efeito pratico XD), e que muitos religiosos visitem o blog, porque, blog ateu sem um "barraco" de vez em quando, não tem graça XD.
Tambem coloquei um link recomendando o seu blog no meu canal do youtube.
http://www.youtube.com/user/Left4Coragem?feature=mhee
Obrigadão, cara!
ResponderExcluirOs barracos são bem-vindos, e os argumentos sem fundamentos alimentam as nossas convicções.
É um privilégio ter você como meu seguidor número um.