Pondo a funcionar o nosso raciocínio lógico, percebemos que muitos mandamentos, inclusive o maior deles, e hábitos do Antigo Testamento foram desprezados pelos cristãos, pois, segundo eles, Jesus cumpriu a lei, ao morrer crucificado.
Entretanto, convenientemente, a prática da cobrança do dízimo permanece firme e forte.
Entretanto, convenientemente, a prática da cobrança do dízimo permanece firme e forte.
Diferente da cobrança do dízimo relatada no Antigo Testamento, em que era dado em forma de produtos ao final de cada três anos, o dízimo hoje é cobrado mensalmente em dinheiro.
Com meu comentário intercalado (em vermelho), vejamos como funcionava a oferta do dízimo, segundo Deuteronômio 14.22-29:
“Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente....”
Como podemos ver, não há referência a dinheiro, e sim a produtos.
“E, perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao SENHOR teu Deus todos os dias.”
Percebemos que o dízimo não era entregue a nenhuma autoridade religiosa; ele era consumido pelo próprio ofertante. Tratava-se apenas de um tipo de consagração, uma apresentação em forma de agradecimento, dos produtos ao deus.
“E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR teu Deus te tiver abençoado; Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus”
Somente agora há uma menção, em caráter especial, ao dinheiro. Quando o local destinado à consagração dos produtos for muito distante, o fiel deve vendê-los e guardar o dinheiro consigo.
“E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa”.
Ao chegar ao local destinado à consagração, com aquele dinheiro que arrecadou com a venda dos antigos produtos, o fiel compra o que desejar. E, detalhe, ele e seus familiares deveriam consumir os produtos (no Antigo testamento a expressão “tua casa” significava tua família).
“Porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo.”
Agora sim, faz-se menção a uma figura religiosa, não necessariamente uma autoridade, alguém que se dedicava inteiramente ao serviço religioso, ou seja, um levita. Mas a estas pessoas era oferecida apenas uma pequena parte do dízimo, e não a sua totalidade, como se faz hoje.
“Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas”
Este versículo joga por terra a cobrança mensal e vergonhosa dos dízimos. Se os cristãos lessem a bíblia com atenção, perceberiam que a “oferta” dos dízimos era feita ao final de cada período de três anos.
E, mais uma vez, a instrução para que os produtos fiquem com o próprio ofertante.
“Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o SENHOR teu Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem.”
Tendo consagrado os produtos ao seu deus, o fiel deveria consumi-los com sua família, e abrir as portas da sua casa, ou propriedade, às pessoas de fora, aos órfãos e às viúvas, que morassem próximo, para que pudessem se alimentar também.
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