Outro dia, zapeando os canais de TV, me deparei com um programa de auditório que exibia a entrevista de uma cantora, muito conhecida no meio gospel (evangélico).
Os cantores evangélicos costumam alardear que suas vozes são o que chamam de instrumento de louvor, verdadeiros dons dados pelo seu deus, e, por isso, as utilizam exclusivamente para louvá-lo como forma de agradecimento.
Até aí tudo bem, nada a contestar - isso é uma questão de crença. Mas o que me causou estranheza foi o fato dela afirmar que havia sido acometida de um grave problema nas cordas vocais que lhe prejudicara bastante a capacidade de falar e, principalmente, de cantar - problema do qual ainda e ainda guardava sequelas. Confessou também que, com muito esforço, havia gravado um álbum, para o louvor do seu deus, com menos da metade da capacidade de sua voz.
Diante daquilo, fiquei me perguntando: Por que um deus prejudicaria a voz de alguém que a utiliza com o propósito de adorá-lo? Por que permitiria que uma adoração a ele fosse gravada com falha, “eternizada” em gravações de áudio que seriam produzidas em grande escala? Ou será que toda crença na sua existência não passa de uma mera ilusão coletiva?
Por fim, tudo que consigo inferir é que se Deus existe, não deve se agradar muito de tais louvores, caso contrário, sendo tão exigente como sugere a bíblia quando o mostra desprezando ofertas defeituosas, não faria por onde receber o pior, de alguém que professa lhe oferecer o melhor de si.
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