sábado, 27 de junho de 2015

A BÍBLIA - CORRENDO ATRÁS DA CIÊNCIA.

Não é de hoje que a igreja tenta passar para seus seguidores a ideia de que a Ciência e a bíblia andam na mais perfeita harmonia. Aliás, mais do que isso, tenta convencê-los de que a Ciência apenas comprova fatos previamente descritos na bíblia.

Para isso, utiliza-se das mais variadas estratégias. Uma delas, geralmente a mais usada, é trocar algumas palavras de um texto, para, com a mudança de significados, ajustar as narrativas bíblicas às novas descobertas da Ciência.

Assim, à medida que o conhecimento humano vai avançando, a igreja vai correndo atrás, tentando, de todas as maneiras, alinhar a bíblia com as novas descobertas da ciência.

Um exemplo conhecido é relacionado à forma da Terra. Enquanto a humanidade não fazia a menor ideia de que habitava um planeta, e tentava entender a estrutura do espaço onde vivia, apelando para a fantasia, por exemplo, supondo que habitava algo sustentado por colunas, a bíblia apoiava isso.

Se a Ciência não tivesse avançado na área da astronomia e, até hoje, acreditássemos na hipótese da Terra ser sustentada por colunas, certamente os líderes religiosos citariam, cheios de orgulho, os versos de Jó 9.6 e 38.4-6.

O que sacode a terra do seu lugar, e as suas colunas estremecem.” Jó 9:6.

"Onde você estava quando lancei os alicerces da terra? Responda-me, se é que você sabe tanto. Quem marcou os limites das suas dimensões? Vai ver que você sabe! E quem estendeu sobre ela a linha de medir? E as suas bases, sobre o que foram postas? E quem colocou sua primeira pedra...?” Jó 38:4-6.

Mas se tivéssemos avançado apenas um pouquinho mais em conhecimento, e julgássemos que a terra fosse um cubo, os religiosos não ficariam para trás, afirmariam que os textos de Jó 9.6 e 38.9-6 são meras alegorias e, neste caso, o discurso seria outro - evidenciariam as palavras de Ezequiel 7.2, Isaías 11.12 e Apocalipse 7.1 – talvez dando uma explicaçãozinha por fora, dizendo que cada face do cubo possui quatro cantos - algo que eles fazem muito bem.

E tu, ó filho do homem, assim diz o Senhor DEUS acerca da terra de Israel: Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra.” Ezequiel 7.2

Ele erguerá uma bandeira para as nações a fim de reunir os exilados de Israel; ajuntará o povo disperso de Judá desde os quatro cantos da terra.” Isaías 11:12

E depois destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma.” Apocalipse 7.1.

Entretanto, Como a Ciência moderna prova, sem sombra de dúvidas, que o nosso planeta tem a forma arredondada, os religiosos, evidentemente, tiram o foco dos versos patéticos citados anteriormente, e citam, com alguns arranjos gramaticais, os versos de, por exemplo, Isaías 40.22.

 “É ele o que está sentado sobre a redondeza da terra, cujos habitantes são como gafanhotos; é ele o que estende os céus como uma cortina, e os desenrola como uma tenda para neles habitar.” Isaías 40:22.

Quando eu disse que os textos são citados com alguns arranjos gramaticais, não o fiz por acaso. Sabemos que a bíblia é regularmente revisada e atualizada, e, nestas atualizações alguns ajustes são fetos, por exemplo, a palavra “redondeza” utilizada na versão da Sociedade Bíblia Britânica em português, foi estrategicamente colocada para passar a ideia de que a bíblia já dizia que a Terra era arredondada - pois a forma arredondada da Terra, à época da tradução (1819) já estava mais do que provada. A palavra “redondeza” parece ter sido escolhida a dedo para substituir as palavras “círculo” e “disco”, que em nada lembram uma esfera.

Muitos defensores da bíblia alegam que as palavras utilizadas no idioma original do texto para “círculo” e “disco” também significava esfera – mas, evidentemente, isso é questionado.

Para se tirar todas as dúvidas que pairam sobre a palavra original do texto e, consequentemente, conhecer o seu significado, seria necessária uma análise dos textos originais, porém, infelizmente, eles não existem – o que existe são cópias de cópias.

Mas para chegarmos à conclusão de que a palavra equivalente a círculo, disco ou redondeza, utilizada na bíblia, não se referia à forma da Terra, basta analisarmos o texto com um pouco mais de atenção, utilizando versões diferentes.

Comecemos pela versão Almeida Corrigida Revisada Fiel - “Ele [Deus] é o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; é ele o que estende os céus como cortina, e os desenrola como tenda, para neles habitar.” Isaías 40:22

Nesta versão, a ideia passada é de um círculo plano, sobre o qual moram os homens, e Deus acomoda-se sobre este círculo, utilizando o céu (como uma lona de circo ou de uma tenda) para se cobrir.

Essa ideia toma forma quando analisamos a versão Católica – “Aquele que domina acima do disco terrestre, cujos habitantes vê como se fossem gafanhotos, aquele que estende os céus como um véu de gaze, e como tenda os desdobra para aí se abrigar,” Isaías 40:22

Ao observarmos bem, percebemos que a palavra “acima” já não mostra Deus assentado diretamente sobre o círculo, mas flutuando, muito afastado dele. E, lá do alto, porém abaixo do céu, Deus observa os homens em uma terra plana, como se fossem gafanhotos.

Agora vejamos a tradução Nova Versão Internacional. – “Ele se assenta no seu trono, acima da cúpula da terra, cujos habitantes são pequenos como gafanhotos. Ele estende os céus como um forro, e os arma como uma tenda para neles habitar.”  Isaías 40:22

Esta é a versão que traduz com mais fidelidade os textos supostamente originais. Veja que nela, Deus não está assentado sobre a Terra, mas sim em um trono lá no alto, observando os homens, bem abaixo dele.

Podemos fazer uma alegoria com a ideia que este texto passa. Seria a de uma grande catedral, cujo teto contém uma grande cúpula (ou abóbada), onde, lá do alto, quase encostado à cúpula, Deus observa as pessoas abaixo, na nave da catedral.

Portanto, derrubando a tese de que Isaías 40.22 mostra o planeta terra como tendo a forma arredondada desmorona, pois vemos claramente que, se o texto se refere a alguma coisa circular, discoide ou esférica, certamente está se referindo à cúpula (os céus), e não ao que está abaixo dela (a Terra).

Outra tentativa desesperada de ligar a Ciência à bíblia tem relação com as partículas subatômicas. Até meados do século XIX, a Ciência não dispunha de métodos para detectar partículas menores que um átomo – que, até então, era considerado a menor partícula de um elemento químico.

Pois bem, a partir do final do século XIX, depois da descoberta dos elétrons, que são muito menores que o átomo, outras partículas foram sendo descobertas pela Ciência. Para não deixar a bíblia defasada em relação à Ciência, alguns [ditos] teólogos trataram de procurar desesperadamente algum texto que (mesmo confuso) causasse a impressão de que a bíblia já fazia alusão às partículas subatômicas havia muito tempo - antes mesmo de o homem tomar conhecimento da existência do átomo. E o único texto que encontraram foi Hebreus 11.3 – “Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que o que se vê não foi feito do que é visível.”  Mas será mesmo que este texto se refere às partículas subatômicas? Vamos analisar?

Primeiramente, vamos trocar a ordem dos seus termos – isso não altera o sentido do texto.

De modo que o que se vê não foi feito do que é visível, pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus.”

Pronto, feito isso, basta fazer uma pergunta. De acordo com o texto acima, através de que o universo foi formado? O próprio texto dá a resposta – pela palavra de Deus.

Concluindo, até o fim do século XIX todos os teólogos estavam convencidos e convenciam os seguidores da bíblia de que o universo havia sido formado pela palavra do seu deus – por uma ordem expressa dele. Com o advento de novas tecnologias, que possibilitaram a descoberta de mais e mais partículas subatômicas, o sentido do texto foi, conveniente e desonestamente, mudado.

Resta a quem acredita que a bíblia (com seus textos confusos) está em harmonia com a Ciência (que comprova as suas afirmações), se deixar, ou querer ser enganado.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

UM PÉSSIMO CONSELHO BÍBLICO.


O fato de a bíblia ser considerada um livro que traz paz para a humanidade se dá pela supressão de textos que incitam a violência. Para que sua reputação não seja prejudicada, os líderes religiosos, estrategicamente, omitem estes textos de suas pregações e desestimulam a sua leitura. Até mesmo os tradutores utilizaram-se de palavras desconhecidas do grande público, a fim de dificultar a sua compreensão.

Um exemplo disso, e o texto de Deuteronômio 13:6-10, que, em linguagem simplificada, mostra Deus advertindo o seguinte:

"Se o seu irmão, seu filho, sua filha, sua esposa, seu esposo ou algum dos seus amigos te convidar a adorar qualquer outro deus além de mim, não aceite!
Mas não basta recusar o convite - você precisa matá-lo sem piedade! Você não pode deixá-lo fugir ou se esconder.
E, um detalhe, você precisa ser o primeiro a atacá-lo - depois deve deixar que outras pessoas terminem o serviço.
Ele deve ser apedrejado ate a morte, por ter tentado te convencer a deixar de me adorar."

Um leitor desatento, no afã de simplesmente ler a bíblia, não perceberá a gravidade deste texto. Mas são textos como este que disseminam ódio, intolerância, terrorismo e assassinatos, com requintes de crueldade, por parte de extremistas religiosos.

Portanto, quando alguém lhe disser que a bíblia só traz bons conselhos, é bom "ficar com um pé atrás".

sábado, 6 de junho de 2015

A BÍBLIA E A MACABRA INVASÃO DE ZUMBIS.

Um dos relatos mais absurdos e bizarros da bíblia (que não são poucos) é narrado no capítulo 27 do livro de Mateus. Trata-se de um caso que, de tão macabro, deve causar inveja a qualquer roteirista de filmes de terror.

Acredito que pouquíssimos cristãos conheçam esta história. Pois os pastores, padres e afins procuram evitá-la em suas pregações - talvez para não gerar especulação e, consequentemente, expor a fé dos cristãos ao ridículo.

De acordo com o texto, no momento em que Jesus morreu, houve um tremor de terra e, com isso, algumas sepulturas se abriram. Então, um evento estranho aconteceu. Diz o texto que alguns corpos, que estavam sepultados na região, ganharam vida e invadiram a cidade de Jerusalém. O escritor do texto, talvez com a intenção de dar veracidade à sua narrativa, salienta que muitas pessoas viram estes mortos-vivos vagando pelas ruas da cidade.

O que causa estranheza é o fato de um evento tão extraordinário como este não ter sido documentado por ninguém das nações vizinhas de Israel. Nem mesmo por algum cidadão ou soldado de Roma, que dominava o país na época. Até porque, não é nada normal um monte de zumbis caminhando entre as "pessoas vivas".

Você já se imaginou acordando à noite e, ao olhar pela janela, se deparar com um zumbi?

Apesar de absurdas, todo crente que se preza tem que acreditar em histórias como esta. Mas o pior de tudo é que eles querem, a todo custo, que acreditemos também.

Referência: Mateus 27:50-53

NA REALIDADE O FOGO QUEIMA. VOCÊ DUVIDA?

No Paquistão, país muçulmano e extremamente intolerante em relação às demais crenças, um casal de cristãos foi atacado por uma multidão enfurecida de muçulmanos.

As vítimas (marido e mulher) foram acusadas de blasfêmia por terem, supostamente, profanado uma cópia do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos.

Mesmo sem provas nem julgamento, ambos foram espancados e depois jogados vivos no forno de tijolos da olaria onde trabalhavam (A prática de jogar os inimigos em forno ardente é inspirada na bíblia - em II Samuel 12:31, a bíblia mostra que o rei Davi, além de outras atrocidades, costumava fazer isso).

Esse fato me trouxe à mente uma passagem da bíblia, do livro de Daniel, que discorre sobre três homens, Judeus, que foram jogados em uma fornalha em chamas por não se curvarem diante da estátua do rei. De acordo com o texto, a temperatura das chamas era tão alta que consumiu instantaneamente os guardas, encarregados de lançar os condenados à fornalha. Porém, como aqueles homens eram fiéis a Deus, as chamas não lhes causaram dano algum, sequer um fio dos seus cabelos fora queimado.

Esta história é de fato interessante, não acha? Ela empolga milhões de seguidores das religiões derivadas do judaísmo no mundo inteiro.

Mas é lamentável que fatos semelhantes ao narrado nesta história, estranhamente, só aconteçam na bíblia, ou melhor, na ficção.

É evidente que aquele casal não estava tentando a Deus. Ele estava realmente precisando de uma intervenção divina. Os defensores do cristianismo costumam afirmar que, na hora do aperto todos, inclusive os ateus, apelam para Deus. Sendo cristão, certamente aquele casal apelou com toda sua fé para a “ajuda divina”. Mas, como sempre, na vida real e diante de testemunhas de outras crenças, essa ajuda nunca vem - nunca mesmo.

Esse fato nos faz ver a grande incoerência que existe entre o que os cristãos acreditam e o que acontece de fato. Acredito que o simples fato de Deus repetir o feito extraordinário narrado no livro de Daniel, provavelmente resultaria no arrependimento e conversão de alguns daqueles muçulmanos ao cristianismo. E no momento que a bíblia diz, em Lucas 15:7, que “... haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se”, eu não consigo entender o porquê de Deus deixar passar a oportunidade de fazer com que alguns daqueles muçulmanos se arrependessem.

Em vista disso, restam-nos as seguintes perguntas: Se Deus existe, será que ele contraria a bíblia e prefere que o céu seja um lugar triste? Será que Deus não se manifestou porque a crença dos muçulmanos está certa e a dos cristãos errada? Ou será que Deus não se manifestou porque simplesmente não existe?